segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

IMPOTÊNCIA

Seus olhos fitam os meus, assustados, buscando uma saída, uma resposta. Permaneço em silêncio. Procuro por essa resposta dentro de mim, mas tudo parece sem sentido.

_Sabe, doutora, eu pensei que pela primeira vez na vida eu ia ser feliz. Por que isso foi acontecer comigo?

Olhar negro como sua pele, roupa triste, mãos incertas. Os soluços fazem tremer seus ombros e questionam minhas certezas.
Levanto-me. Deixo a proteção de minha mesa e estendo-lhe os braços. Abraçamo-nos. Apenas duas mulheres sofrendo de formas diferentes a mesma dor. Apenas mulheres. Acima de tudo, mulheres.

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