sexta-feira, 10 de abril de 2009

FORASTEIRO

Iniciastes agora esse caminho forasteiro e já te arvoras dono da estrada, senhor dos viajantes. Enquanto lutavas outras batalhas, já estávamos com a enxada nas mãos abrindo esta estrada, outrora apenas uma trilha. Se olhares de perto a terra que pisas e que dizes conhecer, verás nela gotas de suor e pedaços de esperança, que foram ficando em cada trecho, cada curva, marcas dos que a construiram. Fala baixo, não grites e desce desse palanque que subistes. Estou longe, muito longe, de ti e de onde estou te enxergo pequenino e não te entendo. Chega mais próximo se queres conversar. Se te calasses poderias ouvir as vozes dos que já percorreram esse caminho e conhecem seus segredos e suas ciladas, mas insistes em ouvir-te apenas ou o murmurinho daqueles que te rodeiam. Se queres segui-lo, põe o pé no chão e caminha, passo a passo, que ele é de todos, mas respeite a sua história e a daqueles que o construiram, pois suas veredas se misturam e suas vidas são feitas da mesma matéria. Se desistires porque são muitos os percalços, como tantos o fizeram, não me surpreenderás, continuarei. Olho-te ao longe. No meu ouvido, ecos dos teus gritos. Continuo sem tua ajuda, continuo apesar de ti. A estrada é infinita e infinito é meu destino. Quero apenas respeito.

3 comentários:

  1. A resposta foi perfeita! Adorei!
    Respeito é bom sempre e conserva os dentes
    Beijos, minha amiga e continue seu trilhar. Poucos, muito poucos, têm a sua coragem! Elisete

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  2. Liçao de respeito e democracia.Até hoje estou com o grito entalado na garganta,nao por corvadia, mas por perplexidade.nenhum forasteiro consiguira macular sua estrada.Seu exemplo incomoda e nao vao ser com berros de filhotes da ditatura q consiguirão apagar a sua bela historia.




    peres

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